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17º Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar

CIAD 2018

17º Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar

Arquitetura do Cuidado: A arte do possível na Atenção domiciliar.

Dentre os significados da palavra arquitetura podemos destacar: arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar os diversos tipos de atividade humana visando também à determinada intenção plástica. Para o arquiteto Carlos Alberto Prates a arquitetura á a arte do possível. Isto quer dizer que o sonho ou ideal do próprio profissional ou de seu cliente deve ser estudado, analisado e materializado, isto é: se tornado possível. Concretizado na forma de uma ponte que liga lugares antes inatingíveis, uma igreja, que abriga fé e fiéis, uma escola que gesta o futuro de uma nação, um hospital que entre dores, fracassos, êxitos e milagres cuida de nossa saúde ou uma casa, um microuniverso, que reúne um pouco de tudo isso.

Para Le Corbusier a casa é uma máquina de morar. Desse ponto de vista deve ser funcional o suficiente para garantir cuidado e abrigo. Por ser histórica e socialmente determinada, a moradia de cada um de nós reflete nossas condições econômicas, o lugar social que habitamos e os aspectos culturais que nos formam e “conformam”.

Se “a arquitetura fala de seu tempo e lugar, porém anseia por ser atemporal” (Frank Gehry), o cuidado realizado na residência do paciente e família também assim deve ser visto. Se por um lado as intervenções, procedimentos e tratamentos estão estreitamente relacionados às potencialidades e limites locais, institucionais e das equipes, por outro lado a evolução e adequação frente às necessidades do paciente podem ser reconhecidas como ilimitadas.

O CIAD 2018 foi dessa forma pensado: a arquitetura do cuidado pretende demonstrar a arte e a técnica de diferentes realidades e também de diferentes equipes na busca sempre presente da adequação frente à demanda, da concretização de ideais e da realização do que antes era somente sonho de intervenção ou ideal de prática.

A fim de concretizarmos nosso ideal arquitetamos para o congresso que ora se apresenta uma estrutura extremamente inovadora: as necessárias palestras serão sempre complementadas com oficinas pelas quais se pretende, na prática, demonstrar como se faz in loco, isto è: como no domicílio implanto minha intervenção. Várias e diferentes experiências de êxito serão apresentadas, de forma que cada profissional possa aprender e replicar o modelo na sua instituição, no seu estado e especificamente com o seu paciente. A proposta é efetivamente congregar experiências e demonstrar as diferentes arquiteturas criadas pelos profissionais no intuito de bem atender paciente, família e comunidade.

Assim, a atenção domiciliar é reconhecida como uma arquitetura condicionada ao sonho realizável de uma instituição, de uma política, de uma população. Sendo ou devendo ser, estreitamente relacionada aos aspectos sociais e culturais que a condicionam, a atenção domiciliar oferece inúmeras possibilidades de superaração de limites e de inovação na apresentação de propostas frente ao reconhecimento do domicílio como espaço possível e adequado de cuidados.

Como nos diz Niemeyer: “se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito”.

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